Autoria: Giovana Meloni Craveiro
Descrição da obra: A obra retrata sentimentos e emoções aflorados durante o período de isolamento social.
Expressão: Literatura
Episódio especial comemorativo da quarentena Capítulo retirado da obra: Como você tá? Uma coletânea biografia-poesia da vida aos meus olhos Aviso: área permanentemente em obras inclusive o título Todos os tons de triste: Vida de quarentena (até agora) Saudade Eu tenho saudade. Tenho saudade dos meus amigos. Tenho saudade da minha casa. Tenho saudade dos meus treinos de basquete, das minhas idas ao bar com o meu time e com os meus amigos tenho saudade das festas da minha cidade, dos nossos rolês, da nossa convivência, da minha v i d a Saudade de andar até a faculdade ouvindo música, de passear de carro para fazer as minhas coisas ouvindo a rádio que toca na minha cidade Da minha rotina, de chegar na nossa casa e passar um tempo com todo mundo, de jogar conversa fora, de planejar… tenho muita saudade de planejar, o que farei, onde irei, e com quem, qual a próxima aventura. Tenho saudade do futuro que era próximo e de repente não era mais. O futuro que começou a parecer passado, porque ele já tava passando sem estar no alcance de ninguém. Tenho saudade da certeza de que ainda tinha muita coisa divertida pra viver e inclusive sabia exatamente quais nos próximos dias, semanas e meses. Agora é um dia de cada vez. Não tem mais futuro simplesmente porque ninguém consegue pensar nele. Não tem mais futuro só porque ninguém consegue pensar nele. Sem certeza de nada, fica muito difícil de a gente imaginar como vai ser feliz. A gente fica falando pra si mesmo que vai ficar tudo bem, mas tem uma vozinha dizendo que o mundo vai acabar. Ou melhor, que já acabou. Que o nosso mundo já acabou. Que agora tudo vai ser diferente, tudo que sobrar vai ser diferente e ninguém sabe diferente como, diferente quanto. E parece que tudo que a gente poderia estar vivendo ta escapando das nossas mãos dia após dia porque a gente ta vivendo diferente, vivendo triste e sem perspectiva. Bom, eu to, eu to. Eu tenho saudade da positividade das pessoas, da expectativa que aparece quando a gente ta animado pra alguma coisa. Da felicidade contando as coisas boas que tão por vir. Agora parece que não tem nada de bom por vir. Não no Brasil. Hah Não no Brasil. Parece que eu só vou ficar com mais saudade até um dia eu derreter. É sério. Eu juro que eu sinto isso, que um belo dia eu vou acordar e vou virar purê. Simples assim. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Raiva Eu odeio que desperdicem comida Eu odeio c o m e r brava Eu odeio que façam pouco caso das refeições e odeio que as façam de qualquer jeito Eu odeio violência, odeio quando alguém recorre à violência e pior, quando acha c e r t o Eu odeio quando alguém acha que é m e l h o r que outro Eu odeio quando alguém machuca de p r o p ó s i t o Eu odeio quando alguém sofre e eu odeio quando um outro alguém n ã o l i g a Eu odeio quando as pessoas acham a comodidade mais i m p o r t a n t e que a i g u a l d a d e Eu odeio quando as pessoas têm baixa autoestima, em especial meus amigos que eu amo... Eu odeio quando jogam lixo no chão Eu odeio quando fazem pouco caso do meio ambiente Eu odeio quando os humanos se acham m e l h o r e s que a natureza Eu odeio quando não me deixam fazer o que é melhor pra mim Eu odeio quando não me deixam ter as minhas opiniões Eu odeio quando alguém não quer que eu ame... Eu odeio quando eu não acho certo… amar Eu odeio quando eu acho que eu nunca mais vou ver alguém e eu odeio quando eu tenho certeza Eu odeio não saber confortar Eu odeio não saber como lutar ou como ajudar E eu odeio quando eu acho que eu não sei fazer as coisas Eu odeio quando eu não faço nada por medo de fazer errado Eu odeio quando as pessoas me i n c e n t i v a m a não fazer nada pra que eu não faça errado Eu odeio quando alguém é pessimista e odeio que fique falando e atraindo energias ruins Eu odeio a quarentena Eu ODEIO a quarentena Eu O-DEI-O a quarentena Eu odeio me sentir sozinha Eu odeio de-pen-der das pessoas Eu odeio incomodar Eu odeio o meu coração batendo tanto que eu não consigo dormir e o tempo não passa e as coisas não mudam e os dias s ã o t o d o s i g u a i s Eu odeio que não tem nada que eu possa fazer Eu odeio quando eu não consigo s u p o r t a r a ideia de que não tem nada que eu possa fazer Eu odeio que eu não tenho mais vontade de fazer nada, odeio que eu não me importo e que eu só quero que os dias p a s s e m, Eu odeio saber o que eu iria querer fazer se eu estivesse bem Eu odeio não estar bem, e achar que eu não consigo me curar sozinha Eu odeio a quarentena E ultimamente, eu também to odiando a minha vida --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Insônia É que eu tenho acordado triste Acordo cansada, acordo com sono Acordo com dor na alma De não dormir, de não viver De tentar tão forte que não posso nem tentar dormir Nem ficar caída fechando os olhos sem dormir Sem gastar energia, nem recarregar Que é pra eu me forçar Pra eu chegar na exaustão mais fácil à noite Eu já to exausta mas não o tipo de exausta que serve pra dormir Só o que serve pra querer dormir Sabe, A gente, enquanto dorme, não sofre --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Casa E chorei conforme escrevia E escrevi conforme chorava A dor saía E ficava E em volta sentia A minha casa que virou parte de mim de tanto que fiquei, respira comigo casa com gosto de lágrimas cor de luto ar de responsabilidade coração de amor, de família, de última esperança, ou primeira do mundo que vai e vem que muda e é igual que chora e que sorri que cai e que levanta sem estar inteiro, menor, mundo doído mundo cego pra dor que não faz nada que falha em não fazer nada que quer voltar pra casa e quer sair que pisa na casa do outro e faz cair sem querer querendo --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Do escrever Escrevo de dor e de beleza Do sentimento que grita dentro de mim pra ser ouvido que tira o sono e espeta o coração espetando, espetando da cabeça doer sem saber o que fazer até lembrar do escrever sai tudo pra fora porque não cabe mais dentro De feliz eu não escrevo porque cabe Os sorrisos cabem todos E o amor quando ele vêm Vai cabendo tudo de cansar feliz até dormir sem doer, sem querer sair e guardo tudo pra mim quando tenho porque não é todo o tempo que passa fácil de passar --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Arte acumulada Ah tem muita arte presa aqui dentro sim Eu sei porque ela não me deixa dormir Quer sair Sei porque ela explode dançando com uma força espetacular quando uma música toca e eu, sem atenção, me descuido esqueço que eu to triste e que quando eu to triste eu não quero nada e ela vê uma saída Ela sai Eu sei porque ela não sai só de chorar Ela fica lá esperando eu me expressar ela faz que quer que eu grite mas que eu grite forma, mesmo que grite em silêncio ela não se importa com volume não mas tem que criar criar forte e bonito uma dança, um texto-poesia quer dar cor pra lágrima, pra dor acha que a vida tem sido muito sem flor quer ajudar quer voar quer acompanhar a arte cuida quer cuidar --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Pulei a janela No meu aniversário eu pulei a janela Eu pulei a janela E de repente eu tava em Sanca Eu tava em Brasília, eu tava em São Paulo, eu tava em Campinas Eu tava até na França, eu tava na Espanha, eu tava na Itália Eu não tava presa em casa Eu tava na rua Eu tava na vida Engraçado é que eu pulei pra dentro do quarto Como é que eu caí fora? fora da casa dentro da minha vida de volta por uma noite eu voltei mas eu não consegui ficar acordada eu tentei mas não deu mesmo eu dormi e dormi e dormi e no dia seguinte não deu pra acordar no mesmo lugar acordei dentro do quarto mas fora da vida eu via a janela e era só uma janela --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Esquisito É muito esquisito a quarentena A gente vai vivendo os dias igual no mundo dentro de casa só esperando vai vivendo os dias iguais esperando até saber de alguém que morreu e depois volta a vida (volta a nossa semi vida a deles nao) vai vivendo mais vai só esperando pra saber do próximo é como se o terror já tivesse acontecido no primeiro dia só não tinha nome É esquisito que o tempo passa estranho que dentro de casa o agora parece o antes tirando que o antes não tinha certeza e quando a certeza é ruim o antes é melhor mas o antes não traz esperança nem o agora e agora? o terror não tinha nome e agora tem alguns meu tio: josé a sobrinha da funcionária do meu avô o colega da minha amiga quem mais o antes de agora não sabe tá esperando to esperando acho q eu to vivendo igual to esperando pra saber do próximo --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O fundo do poço O fundo do poço Eu já fui Já voltei Quer dizer Já voltei é exagero né Forçar a barra Se é pra falar a verdade To no poço ainda Só não no fundo fundo do poço Naquele fundo menos fundo Na alga da parede Que foi entrando na fenda Até chegar no sol Só com a cabecinha pra fora Pra fingir que não ta presa Mas que ta no poço tá Que tá no fundo, tá também Mas que sabe Que tem um lugar mais escuro embaixo E não quer voltar Também não sabe sair Pra fora nem pra dentro Lá embaixo é escuro Não tem nada e ao mesmo tempo tem tudo Tudo suga, tudo cansa Tudo tudo tudo Nada nada nada É muito nada e muito tudo Pra sair milagre Pra mim foi o poço Logo ele O poço O poço que me tirou Tirou sem tirar Mas deu Ufs, saí pra ver o ar A natureza A areia da praia Até enxerguei o mar de longe Lembrei que faz bem E aí deu Deu pra encostar, colocar a patinha no sol Aí deixa Deixa a patinha lá que vai dar A gente confia A gente finge A gente quer A gente finge Vai que um dia acredita Aí finge --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Feliz Feliz Eu não sei se eu gosto mais dessa palavra Eu acho que não Quer dizer não sei Também indelicado falar mal do morto É que comecei a usá-la em vão E nunca quis Mas saiu tão fácil Ela tinha tanto lar na minha boca Na minha alma Aí não mais né Sei lá quis expulsar Nem sei porquê mais Tô com saudade Ô se tô Queria dar pra ela uma casa de novo Mas putz Não tá dando não Feliz tá osso hoje em dia Dá pra ser alívio Até satisfação Cabe ser carinho Tem casa pro amor E não é que até pro bom-humor Deu pra ser bem raiva Tristeza então até Chegou até em depressão Passou por aflição Voando na ansiedade Dá pra ser fome, sede, tédio Dá pra ser pressa, calma, ânsia de remédio Coube ultraje, indignação Luto, dor, rebeldia sem razão Sono, nojo, o medo virou rei Inveja, ciúme, repulsa esbanjei Gula, ódio, insegurança de mim Surpresa, vontade, mágoa sem fim carência, estresse, determinação indiferença, paz, preocupação Culpa e responsabilidade Cuidado, luxúria, vaidade Agora feliz, vixe O feliz tá fora porque tá triste --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Começar eu comecei Começar eu comecei Apesar de que Quando olhei pro papel E não soube o que fazer Parei E ia fazer o que? Mas começar eu comecei E o peso nas minhas costas De que o que eu tenho ainda é muito pouco E se o que eu tenho é tão pouco Como é que pesa tanto? E se eu fizesse agora Ia me sentir melhor Quando eu tiver feito Vou me sentir melhor Vou Vôo Voei pra longe já de novo e ainda Não tem gás pra fazer Mas começar eu comecei E quando pensei que a tarefa Não era nem tão longa assim Questão de algumas horas e acabou E se todo dia eu tenho muitas horas E posso usar só pra isso Então pronto, com certeza vai dar tempo E esqueci por que nunca dava Agora eu lembro Não é toda hora que tem combustível Precisa esperar o tanque encher Mas começar eu comecei E isso já me faz sentir melhor Eu tô dando o meu melhor no fim das contas É, e talvez não dê tempo talvez não tenha gás pra tudo que falta andar Talvez se alguém me empresta um pouco Resolve do mesmo jeito Ai, por que logo a minha máquina ta com defeito? Mas é, Começar Eu comecei Começar eu comecei --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Eu pago? Desculpa, não liga pra mim É que eu to com inveja Ciúme, você diz? Não, inveja mesmo Queria ser você Se eu pudesse trocar a sua vida pela minha agora Eu trocava Desculpa, eu to sendo egoísta, né? Fazer você ter a minha vida Entrar nesse buraco Sozinho Ai que horror isso Esse antes eu do que você Eu sou uma pessoa horrível Horrível Só quero me salvar A que preço? Eu pago Eu pago? A que preço... Quem sou eu pra fazer isso? Quem sou eu? Que poder deturpado pra se ter uma pessoa Ainda bem que não tenho Ainda bem? A que preço? Eu pago Vamos trocar? Você pega a minha a vida e eu pego a sua Aí eu não me sinto mal Ah mas eu não posso te deixar vir pra cá Sabendo onde estou te metendo Mas eu ia ficar feliz Eu ia ser feliz Ia? A que preço? O preço de saber quem sou uma pessoa horrível Você é? Feliz? Eu nem sei e nem ligo tanto se eu não penso Já dizia minha mãe Mudar até pra pior é bom Ia querer trocar de qualquer jeito Vamos? Mas eu não te largo Vai ser até melhor do que é pra mim Que eu fico voltando sempre sempre pra te visitar Eu já ia saber Ia? Eu sei? Quem que eu conheço que está triste? Quem ta precisando de mim? Eu sei? Melhor não Vai que eu largo E mesmo que não, sei bem que eu só não basto Vamos fazer assim Vamos trocar Mas não de vida Vamos trocar falas, momentos, ideias Energia, bondade, alimento Você me dá um pouco E eu te dou também A gente troca Você fica com a sua vida E eu fico bem Vamos trocar? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- E quando lembra Ih,amado Eu tava esquecendo Mas ontem eu lembrei Lembrei água, grito, de querer enterrar no chão lembrei um por um do coração e não pode deixar sair o que vai ser cê quer fazer ou quer sofrer? quer sentir ou quer fingir? quer lembrar ou quer ter ar? quer seguir ou quer cair? eu não to podendo lembrar não --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Qualquer coisa sabe aquele qualquer coisa que serve isso vai aquilo vai qualquer um vai mas não tem nenhum um tanto faz que não é tanto faz porque a gente faz questão mas não quer ser exigente então serve tá bom esse se quiser me dar mas não quer e aquele, pode ser também aquele não, não tem aí não, nada --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Eu não to valendo nada Eu não to valendo nada Eu desisto deitada Eu desisto chorando Eu desisto de pé Eu desisto pensando Eu desisto sentada Eu desisto amando Eu Não to valendo nada Não to valendo tentando Não to valendo pedindo Não to valendo sozinha Não to valendo e sentindo Eu desisto todo dia Eu desisto sabendo Eu desisto de noite Eu desisto sofrendo Eu desisto inteira Quem sabe arrependo Eu desisto sem luta Implorando um remendo Eu desisto no luto Eu desisto na dor Não to valendo no surto Não to valendo, senh or Eu desisto gritando Eu desisto assustada Eu desisto sem força Eu desisto calada --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Feia Eu tô feia Sem luz Os olhos A voz Cara de dó Caiu, caída --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Eu tô mordida toda Eu não quero te machucar Mas eu to tão machucada Eu posso ficar aqui sem falar nada? É que eu não to podendo recusar Desculpa mesmo Eu só não quero jogar tudo pro ar Tô precisando de verdade Da sua companhia Será que é pedir muito? Só porque eu to tão vazia Ai amigo Por que eu sinto isso? Não é culpa sua Mas quer dizer que é minha? Me ajuda aqui Eu to tão triste sozinha Mas qualquer coisa não precisa Não é pra te atrapalhar Ah quer saber deixa quieto É melhor você se salvar Ganha a sua luta Que eu vou pro céu torcer Vai ser tudo bem lindo Eu acredito em você Eu só to te falando Já que gosto tanto de ti Cada um vive a própria luta E a minha eu perdi Caramba, não dá pra eu te mostrar isso Não dá pra você saber Como é que entrego um negócio desses Que te pinta como o vilão Vil, cruel, sem coração Se nem vilão você é pra mim Eu to só tão confusa dentro enfim não foi isso que quis dizer eu só sei lá pensa comigo? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Será que morre? Se desgosto matasse Desespero, desesperança Eu tava morta enterrada Será que morre de não fazer nada? E as vezes que eu penso Quando tudo acabar Tendo tudo de volta Os amigos e o amor direto da raiz Será que morre de feliz? E enquanto isso Só tem que ser forte por mais tempo Que um dia tudo vai voltar Será que morre de esperar? E ainda o mundo errando Rodando em volta de si E gente só apontando arma Será que morre de carma? e eu desejando mal será que essa gente pode que arrepende, aprende e muda será que morre se fazendo de cega, surda e muda? E aquela gente já morta que só teve da vida toda a parte mais cruel será que morre no papel? e dentro da cabeça tudo gira o corpo às vezes nem levanta e a doença por aí será que morre de sentir? e escrever, chorar, dançar, pensar, rimar, tudo faz parte será que morre de arte? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Energia Ela já acorda tão baixinha Franzina, miudinha Tem que escolher uma coisa só E daí se essa coisa gasta sem repor Já era Acaba mesmo No meio do dia Onze da manhã Esgota o estoque, Sinto muito, até amanhã Tem que usar bem repartida Pega um tiquinho E dá um tiquinho em troca Que aí tem até o fim do dia Comecinho de noite E até às vezes nem dá falta Aí dá pra levar Sem cair, sem pensar Só vai, vai, vai, não para, não pensa dorme, esquece a crença não é por mal, vai não tenho culpa, vai não tem o que fazer, vai desvia da cama, continua faz, ai tropeça e cai cai então faz o que dá