Autoria: Jéssica Costa
Descrição da obra: A proposta contém uma mulher dentro de um vírus controlado pelo patriarcado. Sua boca está tapada por gravatas que demonstram sua voz sendo calada no ambiente de trabalho. Centenas de mulheres trabalharam na quarentena como empregadas domésticas, babás, auxiliares de limpeza em hospitais, enfermeiras, dentre diversos outros setores, e no ambiente doméstico, quando são sobrecarregadas pelos afazeres domésticos e o cuidado com filhos. Seu corpo está marcado pela violência, visto que as taxas de violência domésticas intensificaram-se, mas também marcado por uma luta em busca da igualdade de gênero e do direito sob seu corpo. No livro “A cruel pedagogia do vírus”, o autor Boaventura de Sousa Santos, destaca as pessoas “ao sul da quarentena”, que seriam os indivíduos mais afetados perante o cenário pandêmico. As mulheres são integrantes desse grupo, que com o advindo da pandemia tiveram seus abusos intensificados. É como se a pandemia fosse uma lente de aumento que escancarou o preconceito, a desigualdade e a violência. Isoladas em suas residências, as mulheres estão mais suscetíveis à violência doméstica e a sobrecarga de trabalho com a casa e os filhos, além da sobrecarga dos seus empregos – que já era um fato antes da pandemia.
Expressão: Audiovisual