Autora: Uliana Pereira da Silva Lisboa
Revisor do Texto: José Nelson Martins Diniz

Azitromicina: um panorama para o público geral sobre seu uso em casos de COVID-19

A Azitromicina teve uma grande visibilidade mundial após alguns estudos iniciais supostamente indicarem que seu uso, associado à hidroxicloroquina, poderia reduzir a carga viral de pacientes com COVID-19.

Esses estudos iniciais sofreram algumas críticas na época pela comunidade científica, seja pelo número pequeno de pacientes que fizeram uso da medicação ou por possuírem falhas metodológicas.

Certamente, há uma grande expectativa de que seja descoberta alguma intervenção que possa amenizar o grande  impacto que essa pandemia tem causado, mas a rapidez com que se conduz um estudo não pode ser separada da necessidade de que ele apresente dados confiáveis, tanto sobre a efetividade de uma descoberta quanto à segurança de seu uso pela população.

Quanto menos rigor metodológico, menos sólidos são os resultados do estudo. Também é muito importante a reprodução de pesquisas que investiguem um mesmo ponto, como, por exemplo, a efetividade e segurança do uso de azitromicina associada ou não à hidroxicloroquina por pacientes com COVID-19. 

E quanto mais pesquisas com um bom rigor científico apresentando resultados semelhantes, mais eles se aproximam de se tornar uma boa evidência científica.

Os estudos mais recentes que investigaram o uso de azitromicina, especialmente associada com hidroxicloroquina/cloroquina, não demonstraram que o medicamento reduziria expressivamente a carga viral ou que ofereceria benefícios relevantes como tratamento, a não ser em casos em que haja, em um só tempo, COVID-19 e uma infecção bacteriana. Nesses casos, a azitromicina ou qualquer outro antibiótico atuaria somente na infecção bacteriana. Além disso, o uso de azitromicina conjuntamente com hidroxicloroquina/cloroquina pode oferecer riscos cardiovasculares.

 

Crédito da imagem: Karolina Grabowska em Rawpixel

Autor

  • Uliana Pereira da Silva Lisboa

    Aluna da graduação em Medicina na Universidade Federal de São Carlos; Diretora de comunicação da Liga de Química Medicinal e Farmacologia Clínica da Universidade Federal de São Carlos - Gestão 2020

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2 thoughts on “Azitromicina e a COVID-19

  1. Cecilia Costa says:

    Este medicamento Azitromicina juntamente com Ivermectina foram os que me ajudaram durante meu tratamento do covid 19, não precisei de internação. Fiz o isolamento e tratamento em casa com acompanhamento médico. Me pergunto, mesmo ainda não estando aprovado pelos órgãos de saúde, quais outras soluções teríamos para o tratamento da covid, visto que, a prioridade no sus é para pessoas com casos graves e internação. Por experiência pessoal, Azitromicina e Ivermectina tem salvado muitas vidas do covid, assim foi comigo.

    • Thales Posella says:

      Olá Cecília, tudo bem?
      Esse tipo de informação é muito comum de se observar quando a taxa de fatalidade de um vírus é baixo como o do Sars-Cov2.
      O que acontece é que com a taxa baixa de fatalidade (˜0.1%) a esmagadora maioria das pessoas que contraem o vírus se recuperam naturalmente e nessas horas começam a aparecer teorias mirabolantes de vários medicamentos que elas mesmo acreditam terem sido a causa da sua recuperação, porém na maioria dos casos, é só uma infeliz correlação e não causalidade.
      Por exemplo, com uma taxa tão baixa de fatalidade, é possível que a pessoa que tome QUALQUER medicamento, ou inclusive Jujubas, venha a dizer que foi isso que causou sua recuperação, quando na verdade é apenas uma correlação, sem nenhum vínculo com causa.

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