Autoria: Edilma Silva Rainha
Descrição da obra: Os personagens e os demais elementos que compõem o Folclore são intrínsecos à vida das pessoas, sobretudo, à vida dos alunos que costumam celebrá-lo todos os anos na escola.
Expressão: Literatura
A FESTA DA CUCA
Estava chegando o Dia do Folclore, e a Cuca queria reunir seus amigos. Então, ela resolveu fazer uma festa na mata. Chamou seu primo, o Saci, e pediu para que ele levasse o convite a todos eles: o Boitatá, o Curupira, o Lobisomem, o Negrinho do Pastoreio, o Boi-Bumbá e a Mula sem cabeça. Ela mandou dizer à Caipora que fosse em sua forma masculina e ao Boto cor-de-rosa que arranjasse um jeito de aparecer. Mas, que ninguém faltasse, pois ela exigia a presença de todos e se eles não comparecessem, os transformaria em pedra.
Quando chegou o dia da festa, pela manhã, ela, toda alegre, arrumou sua casa, ou melhor, sua gruta, com várias teias de aranha e, depois, ela mesma foi para a cozinha preparar a comida que seria servida.
Pegou seu caldeirão e preparou uma sopa, seu prato predileto, que para ela era a comida mais deliciosa de todas. Cantarolando, cheia de felicidade, começou a colocar no caldeirão uma lagartixa doente, um pedaço da asa de morcego, uma barbatana de peixe azedo, uma perninha de sapo seboso, um dente de piranha e uma pitada de percevejo seco para dar aroma à sua sopa.
Quando chegou a noite, hora da festa, o Negrinho do Pastoreio foi o primeiro a comparecer, galopando em seu cavalo. A Caapora também chegou montada em um porco do mato. O Boto cor-de-rosa chegou, em seguida, dentro da garrafa do Saci, que ele tinha pedido emprestada. Depois, os demais convidados foram chegando e até que ficaram à vontade, embora tivessem sido obrigados a estarem presentes na festa.
O Boi-Bumbá não parava de dançar, a Mula sem cabeça iluminava a festa com o seu fogo e o Boitatá lhe ajudava cuspindo para cima algumas labaredas. Assim, a mata estava toda iluminada para a satisfação da Cuca, que ainda não tinha servido seus convidados. Eles já haviam perguntado pela comida que seria servida, mas a Cuca logo tratou de dizer-lhes que era surpresa, que eles deixassem de ser esfomeados e esperassem mais um pouco, pois, depois que comessem, com certeza iriam embora e a noite só estava começando.
De repente, ouviu-se um canto diferente. Era a Iara, que não tinha sido convidada, e que, mesmo assim, resolveu ir. Chegou como se estivesse flutuando em cima da Vitória-régia, toda linda e maravilhosa. Os convidados correram todos para cumprimentar e elogiar a beleza da sereia. Foi então que a Cuca enfurecida de ciúmes, com muita raiva, expulsou todos da festa. E aí, ela teve que comer toda a sua comida sozinha.
Que desperdício!
Fim.
Para Conversar e Propor Após a Contação
A Edilma faz um trabalho excepcional, escrevendo para os alunos do fundamental menor, principalmente para os especiais. Auxiliá-los a participar da vida em sociedade, através da leitura, é de suma importância.
Obrigada pelo carinho, Elenilde!
Parabéns professora Edilma .seu trabalho como educadora mostra a importância da leitura e a valorização a arte.
Os personagens do folclore fazem parte da vida de algumas crianças que moram na zona rural. Além de anualmente serem trabalhados em todas as escolas principalmente na semana do folclore, no mês de agosto.
Edilma, seu texto será uma ótima opção de leitura.
Parabéns!!!!
Obrigada, Elisângela! Você já viu também a história no meu canal?
Veja contada em: https://www.youtube.com/watch?v=FWzLNh9mKew
Curta a história em vídeo no link abaixo:
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